No campo religioso não é diferente. Desde o Antigo Testamento, a religião institucionalizada vive esta tensão entre o centro e a periferia. Os movimentos periféricos sempre em busca de imitar ou até mesmo superar o movimento central. Em contrapartida, o centro impondo sua condição de primazia no processo de sustentação da instituição forma um quadro terrível de competição, luta pelo poder e demonstrações de grandeza. Tudo isso colabora em muito para o processo de esvaziamento de sentido da fé, fazendo com muitas manifestações sejam verdadeiros teatros religiosos.
Um outro aspecto é que, em muitos ambientes religiosos, a fé se transformou em um mercado, no qual a moeda de troca é a oferta, a frequência às reuniões, entre outras manifestações. Este não é um filme novo. Jesus combateu os vendedores no templo justamente por esse motivo, pois os negociantes estavam vendendo o sacrifício ao Senhor, fazendo da religião uma fonte de lucro. As prateleiras deste mercado nunca estiveram tão cheias de opções e sofisticações, e os vendendores nunca foram tão bem treinados como são em nossos dias.
Diante desta crise monumental, o Apóstolo Paulo pergunta aos Romanos: Qual é a vantagem da religião? Muitas, em muitos aspectos, responde. O principal deles é a revelação da Palavra de Deus. Contudo, a vantagem para por aí.
A Palavra de Deus coloca todos os homens em uma mesma categoria. Quer sejam ricos ou pobres, sábios ou tolos, nascidos em qualquer parte do mundo, participantes de qualquer movimento, todos os homens são igualmente pecadores. Não há um justo sequer (Romanos 3.10), ensina Paulo aos crentes de Roma.
Há três tipos de pecadores no mundo. O primeiro grupo é formando por aqueles voltados ao esforço pessoal. Ligados ao desempenho, à aperência, ao dinheiro, às conquistas, às viagens, aos prêmios, títulos, reconhecimentos, pensam que a sua boa vida moral os conduzirá à Deus. O segundo grupo é aquele que tem um pé no esforço pessoal e o outro em Cristo. Frequentam a Igreja, participam dos programas, mas ainda creem no esforço pessoal. Lutam muito pela aparência, pelo dinheiro, são competitivos e dotados de um senso aguçado de auto-justiça. O terceiro grupo é formado por aqueles que colocam completamente sua confiança em Jesus. São aqueles que tem consciência que não são capazes de conhecer a Deus através do esforço pessoal, e que tudo o que tem na vida é fruto da graça de Deus.
Portanto, a verdadeira religião provém de Deus, é mediante a fé em Jesus, não faz distinção entre os seres humanos, pois todos pecaram, é através do sacrifício de Jesus e acontece por causa da tolerância e perdão que o Senhor nos dá gratuitamente.
Qual é a vantagem da religião? Apenas uma: gerar em mim fé e arrependimento. Proporcionar a consciência que sou pecador, que Jesus pagou o preço para que eu tivesse acesso à Deus, e que minha vida está totalmente entregue ao senhorio de Cristo. A verdadeira religião está no coração daquele que crê e confia sua vida ao Senhor.