O céu é o limite! Quem não se lembra deste interessante programa de televisão, que bateu recordes de audiência na década de 80? Homens e mulheres ficaram famosos por conta de suas mentes brilhantes, por responderem com habilidade perguntas complicadas a respeito de um tema específico. Quem nunca sonhou em ser como James Bond, conhecer o mundo e ter uma profissão eletrizante? Quem nunca pensou em ter os poderes do Super-Homem, capaz de fazer a terra girar ao contrário a fim de dar à história o rumo que lhe conviesse? Quem nunca quis fazer parte das reuniões secretas dos Super-Amigos, que decidiam o rumo do universo de dentro da Sala de Justiça?
Vivemos o tempo do culto à auto-realização. A sociedade caminha a passos largos em busca do prazer pessoal e da concretização de seus desejos antropocêntricos. O modelo está estabelecido, e percebemos isto através dos livros de auto-ajuda, dos personal trainnings, das cirurgias plásticas, das colunas sociais, e de tantas outras formas que demonstram o sucesso de uns em detrimento do fracasso de outros.
O paradigma da sociedade é o sucesso, que se encarna através de homens e mulheres que chegam ao topo, ao objeto de desejo coletivo. Tornam-se vencedores para o mundo. A isto chamamos narcisisticamente de “auto-realização”. Apesar da morte ser um limitador deste sentimento, o ser humano transforma-se a cada dia em um grande contador de suas próprias histórias, de suas próprias conquistas e de seus próprios ideais.
Ser capa de revista, viajar para Europa, comprar carros importados, ter uma caneta Mont Blanc, um rolex (original!), jantar em restaurantes caros, morar em lugares luxuosos, ser amigos dos famosos, ser badalado pela mídia, entre outros, são metas estabelecidas pela maioria dos seres humanos no mundo, inclusive pelos cristãos.
A Bíblia ensina que a realização do homem está em Cristo e não na efemeridade do mundo. Em Cristo somos livres do individualismo e do narcisismo. Somos livres de nós mesmos quando nos aproximamos do mistério da cruz de Cristo. A realização do ser humano não é pessoal, mas sim relacional. Parte da relação de Deus com o homem, do homem com o próximo e do homem com toda a criação de Deus. Portanto a salvação em Cristo vai além do âmbito particular, mas embasa-se no relacionamento, na comunidade, no encontro de Deus com o homem. Em Cristo, o Eterno toca o temporal! Em Cristo somos incluídos na realidade relacional do Reino de Deus.
Deus tem chamado homens e mulheres para serem apaixonados por Ele. Dependentes de Seu amor de Sua graça. Sustentados por Sua poderosa mão e por Seu soberano desígnio. Deus não tem chamado heróis, mas sim filhos cheios de amor pelo Pai, pois os heróis são transitórios, estéticos e superficiais. Os filhos, porém, são eternos, por causa de Cristo e da Glória de Deus.
Somos heróis? Creio que não! Somos falhos, incapazes, loucura para os sábios e estranhos para o mundo. Porém, somos peregrinos, forasteiros em terra estranha. Temos nosso olhar fixo em nossa Pátria Celestial (Fl.3.20), a qual Cristo tem nos preparado. Não somos contadores de nossas próprias histórias, mas somos participantes do maior épico de todo universo: O eterno romance de Deus com o Seu Povo!
No comments:
Post a Comment