Thursday, April 14, 2011

A INAUGURAÇÃO

Inauguração é o ato de apresentar, começar, abrir ou iniciar algo. É o princípio formal de um processo novo, que não existia anteriormente. A inauguração é o vislumbre da esperança, uma cápsula do futuro trazida para o presente. Inaugurações são rompantes de alegria, de fôlego novo, expectativas retomadas e a proposta de uma direção alternativa.
Ninguém em sã consciência inaugura um empreendimento com a intenção de fracassar ou falir. Nenhum casal no dia de núpcias faz juramentos de separação. Não conheço alguém que compre algo pensando em ter prejuízo, ou que apresente uma nova proposta apenas pelo prazer da rejeição.  Nenhum governante no início de seu termo vislumbra a derrota, a perda, falhas ou desajustes. A inauguração é o triúnfo da esperança. Barack Obama, ao discursar em sua posse, afirma: Com os olhos fixos no horizonte, e com a graça de Deus sobre nós, carregamos o grande presente da liberdade e para o entregarmos à salvo às nossas  futuras gerações.

O grande problema é que as inaugurações baseadas apenas no desejo de que as coisas deem certo nem sempre se mostram efetivas contra o teste do tempo, dos problemas, das lutas, das tempestades, imprevistos, situações complexas e dramas da vida. O que fica cada vez mais claro é que o pensamento positivo, o otimismo e a boa disposição, entre outros,  não são suficientes para resolver a vida.  A ambiguidade humana e o pecado são matadores da esperança e a aniquiladores de processos bonitos da existência.
Quando cremos em Cristo uma nova vida é inaugurada. Dá-se início à uma nova jornada. Nicodemos pergunta a Jesus sobre o  que é relevante na vida. Jesus responde à Nicodemos que importante é nascer de novo. Assim, importante é começar da maneira correta, baseando a esperança em Cristo, não nas coisas deste mundo.  O crente é unido com Cristo em sua morte e ressurreição. O sinal e o selo desta união inicial com Cristo se dá pelo batismo. O sepultamente do velho homem e a inauguração do novo homem.

O pecado é o agente principal no processo de frustração e derrota na caminhada. A Bíblia ensina que o pecado é uma força que gera atitudes pecaminosas. Trata-se de uma natureza, uma inclinação que precisa ser resistida.
Paulo, ao escrever aos Romanos, compreende o pecado em três figuras: a) O pecado é um Monarca, que reina e governa a vida do seus súditos (Rm.5.21); b) O Pecado é um general, que usa os corpos de seus soldados como instrumentos para produção de pecados. Assim, o soldado deste general tem o seu próprio corpo servindo como munição e arma na batalha (Rm.6.13); c) O pecado é um empregador, que paga o salário com uma moeda nada atraente, pois o salário do pecado é a morte (Rm 6.23).

Como vencer o pecado? Esta é a grande pergunta feita ao longo dos anos, por gerações diferentes, em diferentes lugares e contextos. Como vencer esta força que frustra a existência, mata os sonhos, desfaz famílias, gera problemas graves, complica ambientes, afasta pessoas e quebra processos tão belos? O Apóstolo Paulo, escrevendo aos Romanos, aponta três passos para vencermos o pecado. Veja:
Em primeiro, é preciso MORRER PARA O PECADO. Assim, também vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus (Rm6.11). Este movimento é muito importante de se compreender, o fato de estarmos mortos para o pecado, ou seja, inertes, indesejosos, indiferentes e estranhos a tudo o que desagrade à Deus ou faça mal para a existência. Contudo, vivos para Deus. Estar aberto para tudo o que vem de Deus, que renova, anima, transforma e embeleza a vida. Vivos para tudo o que é bom, que faz bem e alegra o coração.

Em segundo lugar, RESISITIR AO PECADO. Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões. A resistência está no exercício da livre vontade de optar pelo bem ao invés do mal. Optar pelo que é correto no lugar do que é errado. Optar pela verdade, não pela mentira. Estar à serviço da luz, e não das trevas. Resistir ao pecado, para que ele não tenha domínio sobre a vontade. Quem governa a vida do filho de Deus é a vontade do próprio Deus, que tem apenas planos de bem, de amor, de paz e transformação para os seus amados.
Em último lugar, é preciso ENTREGAR-SE INTEGRALMENTE à Deus. Oferecei-vos à Deus, como instrumentos de justiça (Rm 6.13). Para que o pecado seja vencido é preciso que o ser humano se entregue de forma verdadeira, profunda e integral à Deus, para que sua vida seja um instrumento de justiça. Nossas vidas oferecidas à Deus, como a inauguração de um processo novo de santidade e transformação.

Como resultado destes três movimentos, o Apóstolo Paulo termina ensinando que, por causa da graça, o pecado já não terá domínio sobre nós. Assim, ao morrer para o pecado, resisti-lo e entregar-se integralmente à Deus, por meio de Jesus, temos vitória permanente na vida e um crescimento constante rumo ao conhecimento de Deus.
Meu desejo é para que seja assim em sua vida. A inauguração do novo ser em Cristo!


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