Tuesday, December 20, 2011

GUARDA O EVANGELHO


O apóstolo Paulo foi um grande instrumento de Deus para a expansão da Igreja entre os gentios. Foi através do ministério de Paulo que a Igreja avançou num primeiro momento, alcançado os povos não alcançados e sendo luz em meio às trevas.
A segunda carta de Paulo à Timóteo foi um dos últimos escritos do apóstolo. Já idoso, trancafiado em uma masmorra húmida em Roma, escreve muito mais que uma epístola. Deixa em suas linhas, segundo Matthew Henry, um testamento para a Igreja.
Portanto, na relação  entre Paulo e Timóteo, está muito mais que uma amizade, mas a preservação do próprio evangelho. Juntos eles conspiram a favor da continuação da causa de Cristo, para a transformação da humanidade. Quais são as lições deixadas por Paulo, para que guardemos o Evangelho?
Em primeiro, para guardar o evangelho é preciso ter consciência da identidade em Deus. Paulo sabe que é apóstolo segundo a vontade de Deus, e também tem consciência da identidade de Timóteo, pois o trata como filho amado. Nossa identidade é formada por quatro aspectos demonstrados no texto: 1) família; 2)amizades; 3) Dom de Deus; 4)Auto-disciplina
Em segundo lugar, para guardar o evangelho, é preciso ter o conhecimento de Cristo. O evangelho é a salvação concedida por Cristo. A origem, portanto, do evangelho, não são as nossas obras, mas a determinação de Deus. O fundamento do evangelho é Cristo, eternamente prometido, mas agora revelado. Cristo, que destruiu a morte e trouxe luz à imoralidade. Ele é o centro de todas as coisas, e o ponto primeiro da revelação do amor de Deus.
Em terceiro, para guardar o evangelho é preciso compreender a nossa responsabilidade. Cristo nos deu a grande comissão, para irmos e proclamarmos o evangelho à todos os povos. Assim, guardamos o evangelho quando comunicamos e ensinamos sobre Cristo, quando sofremos para que o evangelho seja gerado, e quando mantemos o padrão da sã doutrina atravé da fé e do amor a Cristo.
Que Deus nos capacite a guardarmos pura a mensagem do evangelho através da sua Palavra, e comunicarmos a vida de Cristo com amor e profundidade, para a glória de Deus!

Thursday, December 15, 2011

Evangelho é Equilíbrio


O equilíbrio é uma grande virtude na vida. Ponderar questões importantes, ter discernimento para pesar entre o certo e errado, ou até mesmo compreender fatores que a princípio estão abaixo da superfície emocional são elementos importantes na vida. O equilíbrio é a fonte do entendimento e o princípio da maturidade. Todo extremo é perigoso.

O evangelho é equilíbrio. As emoções de Cristo são completamente equilibradas. Ao ler o evangelho, fico impressionado com a capacidade de Jesus reagir perfeita e equilibradamente em todas as situações. Por um lado reagir com firmeza diante dos fariseus mal intencionados, e por outro,  com graça diante da mulher com fluxo de sangue. Reagir com dureza diante do comércio feito inescrupulosamente no templo, e com extrema compaixão diante da viúva pobre que depositou uma pequena oferta no gazofilácio. 

Infelizmente, vivemos um tempo de desequilíbrio no mundo, e consequentemente na Igreja. J.I. Packer, no livro O Antigo Evangelho, detecta com profundidade uma das questões centrais que contribuem para o desequilíbrio na Igreja hoje. O problema é que o evangelho deixou de ser para a glória de Deus, e passou a ser para ajudar o homem. A pregação se tornou um veículo de auxílio humano, e não mais a proclamação da glória, do poder, da santidade e virtude de Deus. Há cem anos que a igreja vem mudando o centro da pregação, retirando Cristo e gradativamente colocando o homem no lugar.

O que vemos hoje são ministérios inteiros fundamentados no hedonismo, que é a busca ilimitada de prazer e satisfação pessoal, e também em outro fator igualmente pernicioso, o narcisismo,  que em suma é o desejo que o ser humano tem de adimirar a si mesmo. Desta maneira, o que infelizmente observamos em muitas expressões do movimento evangélico é fruto da descentralização de Cristo e da cruz.

Como equibrar a vida? Quais são os elemementos que precisam ser calibrados, a fim de que Cristo seja o centro da expressão do viver? Há pelo menos três elementos que precisam ser considerados, seguindo a pista de John Stott, no livro Cristianismo Equilibrado.

Em primeiro, é preciso equlibrar a razão e a emoção. O excesso de intelecto proporciona a falta de sensibilidade e humanidade. Num outro aspecto, o excesso de emoção proporciona a falta de inteligência e racioncínio. A história está recheada de exemplos em ambos os extremos. Foi o extremo culto à razão que levou a morte das igrejas na Europa. Em contrapardida, a emoção sem limites trouxe consequências terríveis à diferentes grupos no decorrer da história. Não há beleza no extremismo.

Para combater a emoção extrema é preciso compreender que em nossos dias, na Igreja, há pelo menos três pontos que precisam ser corrigidos veementemente: 1) a falta de pregação bíblica; 2) o excesso de apelo às emoções; 3) a experiência como critério para a verdade. O perigo deste desequilíbrio é proporcionar que o homem passe a agir instintivamente, deixando de exaltar a glória de Deus. Portanto, ao raciocinar, o homem  está se valendo da própria imagem de Deus nele, e equilibrando a vida.

Em segundo lugar, é preciso equilibrar entre a tradição e a liberdade. Existem dois tipos bem presentes na Igreja. Os resitentes e os abertos à mudanças. Toda mudança gera sofrimento. Mudar de cidade, de cultura, língua. Mudar de casa, ou escola. Mudar o trabalho, ou até mesmo a profissão. Toda a mudança é uma tensão, que precisa ser bem trabalhada.

A igreja tem passado por grandes mudanças no último século. Pelo menos três fatores de mudança são importantes de se mencionar. Em primeiro, a transição de uma era no campo da filiosofia, quando caminhamos do modernismo para o pós-modernismo. Em segundo, a evolução do evangelho nos países em desenvolvimento, que fez nascer uma outra proposta para elementos, tais como a reforma, que estão presentes na cultura européia ha pelo menos 500 anos. Em terceiro lugar, o nascimento do movimento pentecostal, e agora neo-pentecostal, apresentando-se como o extremo da reação ao tradicionalismo.

Assim, como fruto desta tensão interna e externa, ocorre uma desnecessária polarização do evangelho, que desequilibra a expressão do mesmo. Qual é a proposta para o equilíbrio, quando tratamos de questões delicadas, decorrente das desconfortáveis mudanças?

Precisamos ser conservadores em pelo menos quatro aspectos: 1) Conservadores quanto à revelação de Cristo e da Palavra; 2) conservadores para guardar a essência da pregação e do evangelho; 3) Conservadores para batalharmos em favor da fé; 4) conservadores no sentido de não inventarmos um outro evangelho, ao contrário, batalharmos preservarmos o mesmo evangelho.

Em que devemos ser abertos, e até mesmo radicais quanto à mudança? Na comunicação do evangelho, e na aplicação da verdade da Palavra de Deus relacionada aos dramas atuais da vida humana. Radicais para expressarmos, de muitas maneiras, a verdadeira transformação que o evangelho proporciona na vida humana.

Em terceiro lugar, equilíbrio entre a estrutura e a falta de estrutura. Na década de 70, fruto da influência das comunidades que surgiram em países da América Latina e América do Norte, e do ideal de se viver longe das estruturas denominacionalmetne enrijecidas, surgiu no Brasil o movimento das Comunidades. O que se observa nos útimos 40 anos, portanto, é o crescimento de igrejas independentes, em nome da liberdade de culto e de governo nas igrejas locais.  Até mesmo as igrejas que permanecem nas denominações, quando alcançam autonomia suficiente, tendem a afastar-se e pecaminosamente pensar que não precisam das demais igrejas para sobreviver. Em ambos os apectos, a tentativa de afirmar o evangelho a partir da estrura ou da asência dela é ausente do sentido básico da fé.

O que é preciso para que esta questão seja reequilibrada? Pelo menos quatro aspectos: 1) Uma igreja estruturada, 2) Uma adoração formal (equlíbrio entre o barulho e a reverência), 3) Princípio de conexão entre a Igreja local e a Igreja universal; 4) Responsabilidade evangelísta e social.

Meu desejo é que, a cada dia, possa brotar equilíbrio nas vidas daqueles que amam a Jesus. Vidas equilibradas entre a razão e a emoção, a tradição e a novidade, e entre a estrutura e a liberdade, pois no equilíbrio está a alegria e a maturidade. 

Tuesday, December 06, 2011

RECONCILIADOS!


Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida (Rom 5.10).

A Igreja é a expressão da comunhão daqueles que foram salvos por Cristo. É a união dos pecadores redimidos, prontos para adorar a Jesus Cristo, que efetuou a reconciliação entre Deus e o ser humano caído.

Nós fomos reconciliados quando éramos inimigos. O fator que causa inimizade entre o ser humano e Deus é o pecado. A força do pecado é capaz de afastar o ser humano de Deus, pois o Senhor não convive com o pecado. Assim, Cristo se fez pecado, sem que tenha pecado, para que por meio do seu sacrifício pudéssemos ter comunhão com Deus.

Nós fomos reconciliados pela cruz. A cruz é a expressão da misericórdia e também da justiça de Deus. Pela cruz nós fomos salvos. Pela cruz nós fomos justificados e unidos com Cristo e também uns com os outros. Assim, a Igreja é a união daqueles salvos pela cruz.

Nós fomos reconciliados, e assim temos vida. A salvação não é apenas um ticket para o céu. Muito mais que isso, a salvação é a adoção de um novo estilo de vida, baseado no amor, na graça e no perdão de Jesus. A nossa vida em Cristo tem um modelo, uma expressão, um alvo. O propósito de Deus é de ter uma família, de muitos filhos semelhantes a Jesus. Assim, quanto mais semelhantes a Jesus, mais temos vida.

Meu desejo é que sejamos cada vez mais uma Igreja que expressa a amizade com Deus, a cruz de Cristo e a semelhança ao salvador. Desta forma, muitos verão e crerão!

Saturday, December 03, 2011

Trabalhado pela graça


Zacarias era sacerdote, apenas mais um entre muitos que exerciam o mesmo ofício em sua época. Pertencia à um grupo de sacerdotes, que servia em um dos vinte quatro turnos existentes  no templo em Jerusalém. Era um homem justo, casado com uma mulher também justa, chamada Isabel. Viviam irrepreensivelmente, com a consciência tranquila diante de Deus, obendecendo livremente a Palavra. Eram já idosos, e não tinham filhos, por conta da esterelidade de Isabel.

Ao olhar para esta família, imagino o contraste entre a fidelidade e a frustração. Uma existência vivida para Deus, contrastada com o impedimento do nascimento do filho. Por um lado o poder da glória e majestade do Senhor, e por outro, o limite humano. A finitude e a falência, diante da graça e virtude.

Num destes turnos de serviço, por conta de um sorteio, coube à Zacarias, entrar no Santo Lugar, e sozinho, queimar o incenso ao Senhor. Esta era uma oportunidade singular. Um acontecimento que poderia ser único em toda a vida de Zacarias. Todos os outros sacerdotes se retiraram, o povo permanecia do lado de fora orando. Assim, ali está Zacarias, sozinho no Santo Lugar.

A graça de Deus trabalha em nossas vidas de maneira pessoal e íntima. A solitude, a adoração e reverência são elementos do agir do Senhor na vida de seus filhos. Desta forma, quando Zacarais menos espera, ao lado do altar do incenso, um anjo do Senhor, trazendo a mensagem de Deus. A graça de Deus é assim, acontece de repente. Como o vento que sopra, e não se sabe de onde  vem ou pra onde vai, assim é a graça, que pela vontade de Deus nos alcança e transforma a vida para sempre.  

A graça de Deus responde nossas orações. O que exatamente Zacarias orou? Talvez tenha desejado um filho, ou que a alegria de Isabel fosse completa, ou até mesmo que o Senhor enviasse o Messias para libertar Israel. Não sabemos. O que podemos, contudo, perceber e crer, é que todas as orações e desejos de Zacarias foram respondidos.  As orações de fé são arquivadas no céu e não se esquecem. As orações feitas quando éramos jovens e entravamos no mundo, podem ser respondidas quando sejamos velhos e estejamos saindo do mundo. As misericórdias são duplamente doces quando são dadas como respostas à oração (Matthew Henry).

A graça de Deus nos concede o que não merecemos, e ainda nos surpreende com mais do que possamos imaginar. Para Zacarias e Isabel, João foi a manifestação concreta da graça. O nome de João significa o Senhor é gracioso, e a promessa sobre o menino é que ele seria grande diante de Deus. A missão de João foi de preparar o caminho para o Messias. Assim, não apenas o coração de Zacarias e Isabel se alegrou, mas sim, todo o povo de Deus celebrou a vida de João Batista, presente de Deus para os seus pais, e instrumento do Senhor para a manifestação de Cristo Jesus.

A graça de Deus corrige a vida e trabalha a fé. Zacarias duvidou da Palavra de Deus. Talvez tenha achado um absurdo. Olhou para si mesmo, para sua condição humana, para os todos os limites, que neste ponto eram perceptíveis em sua vida, e simplesmente descreu. A verdadeira graça é aquela que se manifesta apesar do limite humano, pois sua base não é a fé, mas a glória de Deus. Zacarias ficou mudo até o nascimento de João. O silêncio trabalhou e corrigiu sua vida, pois assim é a graça de Deus. Após o nascimento de seu filho, Zacarias proferiu suas primeiras palavras, uma oração fervorosa, cheia de gratidão a Deus e consciente do cumprimento da promessa e da graça de Deus sobre a vida de João, e do Messias prometido.

A graça de Deus, portanto, trabalha em nós de maneira pessoal, respondendo nossas orações, concedendo-nos o que não merecemos e corrigindo a vida, para a realização do propósito eterno de Deus, e para a glória do Senhor na existência e na história. 

Wednesday, November 30, 2011

Para Acalmar o Coração


Vivemos um tempo em que o ser humano deseja grandes coisas. Grandes descobertas, grandes conquistas, grandes sonhos, grandes quantias montetárias para realizar os desejos de grandeza sugeridos pela alma humana. Não há problemas em se realizar grandes obras. O problema se dá quando as mesmas são frutos da soberba, e do desejo de ser melhor que o outro.

O Salmo 131 é um ensino contra a soberba. Uma oração capaz de acalmar a alma e corrigir os passos do coração humano, trabalhando os seus desejos e anseios. O salmista inicia com três negações: a) Não é soberbo o coração; b) Não é altivo o olhar; c) Não ando a procura de grandes coisas, ou coisas além da minha capacidade.

Para que o coração seja acalmado no Senhor, o  salmista indica uma direção que inclui três passos decisivos em sua realização: a) Negar o orgulho; b) Aquietar a alma; c) Esperar no Senhor.

Em Primeiro, negar o orgulho é o verdadeiro alívio contra a ansiedade. O coração acalmado pelo Senhor, portanto é desprendido do apelo pelos bens materiais. Troca o visível pelo invisível. Olha para o futuro, e pela fé consegue contemplar a vitória de Cristo sobre o mal, e vislumbrar Deus como o fim principal da vida. Assim, o fim da ansiedade não é a ociosidade, mas o descanso em Deus, em sua vontade e governo sobre a vida.

Em segundo lugar, aquietar a alma em Deus. O texto demonstra uma ação deliberdada do salmista, agindo a favor de sua própria alma. Fiz calar minha e sossegar minha alma. Para que a alma encontre sossego, é preciso que se exercite o descanso em Deus. É preciso que o ser humano aprenda a pregar para si mesmo. É preciso que, como uma criança, encontremos descanso nos braços do Pai.

Em terceiro, precisamos esperar o Senhor. A esperança é o benefício daquele que aprendeu a descansar na Palavra e no caráter de Deus. Aquele que espera no Senhor sempre vê o fruto do seu trabalho, porque nada construído em Deus é vão. Esperar no Senhor não significa assumir uma posição inerte com relação à vida. Antes, é celebrar cada pequeno agir de Deus na vida, porque em cada ato do Senhor, Cristo está sendo formado em nossos corações.

Meu desejo é que o coração dos filhos do Senhor encontrem, a cada dia, descanso no Senhor. Quietude e profundidade no relacionamento com Deus e com os irmãos. 

Thursday, November 24, 2011

Uma refexão sobre o Thanksgiving

O feriado de Ações de Graças é um dos mais importantes na história dos Estados Unidos. Um dia reservado para a reunião da família. Filhos que estão longe voltam para a casa dos pais. Dia de celebração, sorrisos, abraços e reencontro. O grande problema é que para a cultura americana, e consequentemente em todo o mundo, o dia de ações de graças é um feriado apenas. Um dia no calendário, tradicionalmente estabelecido e liturgicamente observado. Contudo,   para a Palavra de Deus, Ação de Graças é muito mais que uma data em um calendário, um dia de folga, comidas fartas, sorrisos ou conflitos sobre a mesa. Ação de Graças é uma atitude na vida.

Quando pensamos no dia de Ações de Graças como um feriado apenas, resumimos o significado do mesmo a um evento, um acontecimento estanque, com dia e hora marcada para acontecer. Encolhemos sua relevância ao reduzirmos os relacionamentos ao nível da atitude polida e educada de sentar-se à mesa e compartilhar uma refeição especialmente preparada. Tudo muito bonito, mas igualmente superficial.

A superficialidade é o grande mal dos nossos dias. A humanidade tem sido culturalmente influenciada, por conta da mentalidade hoje instalada, a viver educamente do ponto de vista do contato diário, contudo distante do outro  quando quando se fala em intimidade  e relacionamento verdadeiro.  Não se compartilha mais  a existência ou as lutas na vida, pois o outro virou objeto da competição, ou da mágoa, inveja, ou de todos os outros sentimentos nesta direção, os quais a Bíblia chama de pecado.

Há mutios elementos que superficializam a vida.  Os relacionamentos virtuais superficializam. O desejo pelo dinheiro superficializa. O egoísmo e o egocentrismo superficializam. A ausência de Deus, em suma, é o maior elemento que contribui na superficialização da existência. Vivemos, portanto, o tempo em que pessoas são objetos do uso, e coisas materiais alvos do amor da humanidade.

Contudo, o chamado de Deus é para que compartilhemos a vida, para que sejamos gratos em tudo, e nos alegremos, suportemos, caminhemos e amemos uns aos outros. Mais que um feriado, Ações de Graças é uma atitude que deve fazer parte de toda a vida. A atitude de gratidão evidencia Cristo como centro da vida, e quando Cristo é exaltado, e a glória de Deus compartilhada, a superficialidade é derrotada, a existência é transformada e os relacionamentos salvos pela graça do Senhor.

Há dois sentidos bíblicos para que possamos assimilar o conceito da Ação de Graça como atitude constante na vida. Devemos ser gratos pela revelação de Cristo, e pela obra que Ele promove na vida humana. Veja estes dois princípios mais de perto:

Em primeiro, Ações de Graças celebram a revelação de Cristo. Naquele tempo, respondendo Jesus, disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos (Mt.11.25).

A revelação da graça não é fruto da religião, das obras, do fazer humano, ou de suas tentativas desesperadas. Não é resultado do esforço pessoal, mas do querer soberano de Deus. Como Elias, que foi surpreendido pela presença de Deus na leve e suave brisa, assim também, somos surpreendidos por Deus no cotidiano da vida. Deus se revela aos pequeninos, aos cansados, aos sobrecarregados, aos humilhados. Deus se mostra ao que está à beira do caminho, caído e estraçalhado pela vida. Ele corre ao encontro do filho que retorna, e surpreendentemente o abraça, o beija, e o recebe com anel no dedo e festa na casa. Assim, agradecer é celebrar.

Você tem celebrado a vida? O que você tem celebrado em seus dias? Quais são os assuntos, momentos, conquistas e detalhes que realmente trazem alegria e celebração ao seu coração? Ao coração de Jesus, o que trouxe celebração foi o fato da revelação de Deus ter sido ocultada dos sábios e entendidos, e revelada aos pequeninos. Celebre sempre a revelação de Deus em sua vida, e faça deste fato o mais importante em sua história, pois ele realmente é.

Em segundo lugar, a graça multiplica as ações de graças. Veja o que  apóstlo Paulo ensina aos Coríntios: Porque tudo isto é por amor de vós, para que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de Deus (2 Coríntios 4:15).

Somos uma sociedade iludida pelas coisas materiais. Outro dia, saindo de um jantar, percebi uma longa fila em frente à uma loja de computadores. Fiquei ali observando aquele movimento por alguns momentos. Observei que a loja estava fechada, e que somente abriria no outro dia pela manhã. Observei também, que um novo produto seria lançado, e que a maioria das pessoas na fila já possuia este mesmo produto, em uma versão anterior apenas. Me aproximei da fila e perguntei para alguns que ali estavam, qual era o motivo daquela espera. Uma daquelas pessoas me respondeu que estavam esperando pela oitava maravilha do mundo, e ainda me convidou a ficar. Agradeci o convite e fui para casa. No caminho não pude conter as lágrimas. Que tamanha ilusão. Que engano o ser humano tentar satisfazer a alma com brinquedos que se acabam tão facilmente. Que distância da verdade.

O evangelho é a demonstração da glória de Deus, da salvação e da soberania de Cristo sobre todas as coisas. Assim, quando o evangelho é multiplicado em nosso meio, a glória de Deus é exaltada, e isto sim, gera gratidão na vida. Verdadeira alegria na vida é poder ver a graça de Deus transformando o ser humano. Trazendo alegria ao entristecido, vida ao que estava morto, paz ao agitado, alívio ao sobrecarregado, e descanso ao cansado.

Alegria é poder ver que a graça de Deus restaura lares quebrados pelo pecado. Pais que se convertem aos filhos, e filhos aos pais. Marido e esposa celebrando a vida de Cristo juntos. Famílias ajustadas, vidas restauradas, ações de graças multiplicadas. Gratidão verdadeira é poder celebrar a obra eterna de Jesus na vida de gente simples, que não merecia, mas foi tocada pela graça.

No dia de Ações de Graças, olhe para o que é eterno. Celebre a revelação de Cristo em sua vida. Se alegre com a obra de Deus em você, e na vida das pessoas que você ama. Não apenas neste dia, mas pelo restante da vida, compartilhe com gratidão o que Deus faz em toda a terra, e exulte com o amor de Deus que transforma o ser humano e renova a vida.

Happy Thanksgiving, para a glória de Deus!

Thursday, July 21, 2011

EQUILÍBRIO NA VIDA!

Parábolas são narrações alegóricas envolvendo um forte princípio central. São figuras que ajudam na compreensão de conceitos mais profundos. Facilitadoras do ensino e da transformação do indivíduo. Parábolas são janelas que se abrem e mostram as mais belas paisagens. São rompantes de inspiração ao coração. Indicam caminhos, pontos importantes, pilares que precisam ser construídos, ou pedras que precisam ser transpostas.

Jesus ensinou através de Parábolas. Conforme a capacidade dos ouvintes, conforme as reações dos presentes, as perguntas, os problemas, as lutas; sempre o ensino de Jesus foi desafiador e motivador da vida. Falava em parábola para a multidão, e explicava em particular aos discípulos (Mc.4.33-34). O ensino de Jesus tem a ver, portanto, com valores do Reino de Deus, a verdade bíblica que define a vida, responde aos conflitos da existência, e revela o conhecimento de Deus, e com o relacionamento entre o homem e Deus, que se dá apenas através da morte e da ressurreição de Cristo. Duas palavras muito importantes até aqui: Relacionamento e Valor.

O aprendizado é uma das grandes revoluções da vida. Os educadores Vygotsky e Piaget foram dois dos maiores expoentes estudiosos do processo de aprendizagem. Para Vygotsky, a aprendizagem é fruto do processo pedagógico, somado às relações históricas. Cada pensamento é expressão de um desejo, que foi gerado na relação histórica, e a linguagem é a expressão deste desejo. Duas palavras importantes aqui são: Informação e experiência. Piaget ensina que o processo de aprendizagem se dá pelo equilíbrio cognitivo entre a assimilação e a acomodação. Assim, através do relacionamento com mundo exterior, o ser humano está em constante busca pelo equilíbrio.

A partir desta compreensão, o que a Palavra de Deus ensina, resumidamente, com respeito ao Reino de Deus e o ensino de Jesus é que o ser humano, por causa do pecado inerente em si mesmo, decorrente do pecado original, vive em desequilíbrio, consigo mesmo, com Deus e com as pessoas ao seu redor. Deus, contudo, em sua infinita graça e misericórdia, enviou Jesus, para equilibrar esta conta, e promover, tanto a reconciliação do ser humano com Deus, quanto a reconciliação consigo mesmo e com o próximo. Valores transformados, e relacionamentos equilibrados. Esta é a grande sabedoria do Senhor, que aprofunda e amadurece a existência.

A parábola do semeador, é, assim, expressão do desejo do Senhor em equilibrar a vida do ser humano. Os solos são instáveis, abertos a todo o tipo de ação externa. Suscetíveis à chuva, ventanias, secas, e erosões. O solo está sempre em mutação  e processo. Como a proposta de Jesus pode trazer harmonia para a vida, que está em contante movimento?

As sementes, que são o ensino de Jesus, e o embrião do Reino de Deus, caem em, pelo menos, quatro tipos de solos:  a) A beira do caminho; b) Em solo rochoso;  c) No meio dos espinhos; d) Em terra fértil e boa. Perceba que a semente não muda sua essência, nem mesmo o processo que realiza por conta da sua natureza. O solo é que determina o aproveitamento ou não da semente. Assim, o fator determinante para o crescimento do Reino de Deus na vida é a assimilação e a acomodação dos valores e princípios da Palavra de Deus na vida e no coração. Que tipo de solo é você?

Uma parte das sementes caiu à beira do caminho. A imagem feita por Jesus aqui são de sementes, que apesar de lançadas ao solo, não penetraram a terra. Logo estas sementes são comidas pelas aves. Assim são aqueles que ouvem a Palavra de Deus, mas de forma superficial. A Palavra é então roubada pelo inimigo. Infelizmente, este processo acontece, muitas vezes, no meio do movimento de Jesus. Multidões que estão à volta, contudo, impermeáveis à Palavra de Deus. Insensíveis à semente do Reino, seguem a vida em uma completa surdez espiritual, sem ouvir à doce voz do Senhor. Escutam, mas não ouvem. Foram assaltados, e nem perceberam.

Outra parte das sementes  caiu em solo rochoso. Este solo é uma mistura de muitas pedras e pouca terra. A semente até cresce, no entanto, sua raíz é ínfima, insuficiente. Como afirma Jesus, ao explicar a parábola aos discípulos, este tipo de solo recebe a semente com alegria, contudo, a angústica ou a perseguição, os acaba fazendo definhar. A palavra que define o solo rochoso é superficialidade. Gente que não amadurece, e que vive a vida de uma forma infantil ou cínica. Rochosos são os corações imaturos. Gente que edifica a casa na areia ao invés da rocha e que foge dos grandes enfrentamentos da vida. Jesus ensina que no mundo enfrentamos aflições, e que não devemos perder o bom ânimo, pois Ele venceu o mundo. O que fazer para deixar de ser solo rochoso? Fuja de toda a massificação da fé, esteja longe de toda padronização, e de toda a proposta que faça do evangelho uma grande coreografia. Solos que possuem pouca terra são insuficientes para a germinação da Semente do Reino.

A terceira parte das sementes caiu em meio aos espinhos. Os espinhos cresceram e sufocaram a semente. Três fatores importantes que funcionam como espinhos: a ansiedade (cuidados do mundo), a fascinação do mundo, e a ambição. A questão aqui é a seguinte: quem é o Senhor da sua vida? Sementes no meio de espinhos são assim, estranguladas por tantas outras prioridades. Como o jovem rico, que teve na venda de seus bens o impecilho para seguir a Cristo. Ou os discípulos que estavam disputando para ver quem seria o maior no Reino de Deus. Tudo o que contribui para a vaidade, ambição e engrandecimento do homem, se interpõe ao Reino de Deus, transformando-se assim em espinho. Como vencer os solos espinhosos da vida? Seja íntegro. Queira uma coisa só em sua vida. Tenha apenas um alvo em sua existência: Amar a Deus, e amar as pessoas. Busque a Deus em primeiro lugar, e as outras coisas acontecerão naturalmente, pela graça e vontade de Deus.

A quarta parte das sementes, caiu, enfim , em solo fértil. A mecânica do solo fértil é simples de compreender. Recebe a semente e frutifica. Como na parábola do grão de mostarda, que quando plantado é a menor das sementes, mas ao germinar , se torna a maior das hortaliças. Solo fértil é aquele que não tem impedimentos para a Palavra de Deus, e que assimila os valores do Reino de Deus na vida. Solos férteis tem um relacionamento aberto, restaurado  e reconciliado, tanto com o Deus, quanto com o próximo. Solos férteis multiplicam a Palavra em sua vida, e exalam o bom perfume de Cristo por onde passam.

Minha oração e desejo é que o Reino de Deus seja cada vez mais visível nos corações, e que a graça de Deus seja cada vez maior nos corações, transformando solos, antes endurecidos, pisados, rochosos ou cercados por espinhos, agora em solos férteis, cheios da vida e de frutos belos e vistosos, sempre para a glória de Deus. Solo fértil, o Reino de Deus crescendo e frutificando nos corações.








Tuesday, July 19, 2011

A sequidão e a graça de Deus

Os seis primeiros capítulos do evangelho de Marcos são intensos e eletrizantes. Revelam a expansão do ministério de Jesus pela Galiléia, as curas, milagres, exorcismos, livramentos, o chamamento dos discípulos, e as controvérsias com os fariseus. A centralidade do ministério de Jesus é a revelação da graça de Deus, e da salvação do ser humano caído e distante do Senhor.

Um episódio interessante neste aspecto da revelação da graça é o encontro de Jesus com o homem da mão ressequida(Mc 3.1-6). É dia de Sábado, todos os homens da cidade se dirigem para a Sinagoga, e entre eles, Jesus e seus discípulos. Já no lugar, um homem com a mão ressequida chama a atenção de Jesus, que o convida para o centro, e pergunta aos fariseus se é lícito curar no Sábado. Diante do silêncio dos fariseus, Jesus restaura a mão daquele homem. Uma cena simples de ser descrita, pela brevidade das palavras ditas, mas inversamente profunda, pelos sentimentos, olhares e percepções não verbalizados, contudo divinamente narrados por Marcos.

Há uma tensão entre a graça de Deus e a justiça própria do homem. A graça proclama que temos acesso a Deus por causa do favor do Senhor em Cristo. A lei, pelo contrário, afirma que a obediência e o mérito próprio é que garantem a comunhão com o Senhor. Assim, a doutrina ensina que o Sábado é importante. Jesus, no entanto,  ensina que pessoas são mais importantes, pois  Ele próprio é o Senhor do Sábado, e de todas as outras doutrinas. O fim da lei é Cristo. O centro do evangelho é Cristo. O resumo do amor de Deus é a vida de Cristo. Assim, diante daquele homem com a mão ressequida estava a própria graça encarnada de Deus, que liberta o ser humano de todos os encarceramentos possíveis.

Para os fariseus, o homem com a mão ressequida era uma prova da sua superioridade. Prova disso, é o fariseu orando na esquina, agradecendo por ser melhor que os outros, enquanto o publicano, que era pecador declarado, não conseguia sequer levantar os olhos, e tudo o que fazia era clamar pela misericórdia de Deus. Na verdade, esta mentalidade da justiça própria quer manter os enfermos como eles estão, para que outras enfermidades não sejam reveladas. Quer afirmar a sequidão do outro, e amenizar o real estado do coração já mirrado pela injustiça.  Assim,  por detrás daquela mão ressequida estão outras mazelas, que devem igualmente ser  tocadas pela graça.

Quais foram as atitudes dos fariseus, que revelam a justiça própria, presente no coração do ser humano? Três ações, como cenário da negação da graça: a) Acusação: Observavam Jesus buscando encontrar erros que o submetessem a acusação. O papel o acusador é apontar  falhas no intuito de imputar culpa; b) Omissão: o silêncio dos fariseus foi extremamente revelador. Foi sinônimo ao silêncio do sacerdote e do levita no caminho para Jericó, diante do moribundo à beira do caminho. O silêncio dos fariseus é o mesmo que o de Pilatos, ao lavar as mãos diante de injustiça humana. É o silêncio de Judas, quando na última ceia, sorrateiramente se retirou, para trair a Cristo. O silêncio dos fariseus não é o silêncio dos inocentes. Antes,  é o esconderijo dos omissos, o lugar dos cruéis, daqueles que se alegram com a tristeza do outro. Assim, omissão é um pecado grave, pois é a expressão do descaso e do desamor ; c) Conspiração: Diante da graça, da cura e da libertação, os fariseus escolhem a porta dos fundos, a saída dos invejosos. Conspiram para destruir a graça, planejam o mal, associam-se com herodianos, gente da pior espécie, a fim de rechaçarem a Cristo.

Jesus tem sentimentos e ações bem diferentes. Assim como todos os homens da cidade, Jesus também se dirigiu à Sinagoga no sábado. Enquanto o olhar dos fariseus estava fito na lei, ou na falha do outro, o primeiro olhar de Jesus foi na direção daquele que era o mais necessitado. Um homem à margem, enfermo, esquecido pelos poderosos, mas lembrado pelo Senhor. Assim, Jesus convida-o à sair de sua posição, e vir ao encontro da graça. A pergunta que deve ser feita aqui é esta: Para onde vão os olhares dos seguidores de Jesus diante das chagas, aflições e feridas humanas?

Há muitos homens e mulheres ressequidos na alma, que estão à margem do movimento de Jesus. São os que estão com o coração mirrado,  a espera da graça. Buscando um olhar, um convite, um momento quando possam sair das sombras, e ter sua enfermidade tocada e curada por Jesus.

Dois sentimentos de Jesus diante da omissão humana: a) Indignação: o pecado deve gerar indignação. Quem não se indigna com o erro ou com o pecado dominando vidas, é porque não ama nem a  Deus, nem tampouco o próximo. A indignação de Jesus é, portanto, o resumo do sentimento de quem se importa com a vida, e com aquele que está sofrendo. A indignação é, neste caso, expressão do amor, da graça e da salvação de Deus;  b) Compaixão: Jesus compadeceu-se com a dureza do coração dos fariseus. Ao contrário do que se poderia pensar, Jesus não é violento com os fariseus, contudo se entristece com sua atitute, e condoe-se diante de tamanha distância de Deus. No fim das contas, a distância de Deus é a maior das ignorâncias humanas. Não há nada pior que viver na escuridão, distante da graça de Deus.

A ação final de Jesus foi devolver o homem da mão ressequida à normalidade, restaurando-lhe o ser. Assim, o encontro com Jesus, revela a graça de Deus, que nos toca, e nos devolve à naturalidade. Nossas sequidões são banhadas pelo amor do Senhor, e onde antes havia deserto, hoje há pomares. Onde havia tristeza, há alegria. A dor dá lugar à cura, e o pranto é vencido pelo riso. Tudo graças a Jesus, que pela graça, convida o ser humano sofrido ao meio, toca-lhe a ferida e o devolve à vida. Quanto maior é a graça, maior é Cristo em mim.






Thursday, June 16, 2011

A PALAVRA É MINHA VIDA!

Deuteronômio 32.46-47:Guardem no coração todas as palavras que hoje lhes declarei solenemente, para que ordenem aos seus filhos que obedeçam fielmente a todas as palavras desta lei. Elas não são palavras inúteis. São a sua vida. Por meio delas vocês viverão muito tempo na terra da qual tomarão posse do outro lado do Jordão”.

A Bíblia não é um livro comum. A Bíblia não é apenas a  compilação de regras, leis ou doutrinas que falam a respeito de Deus, nem tampouco a Bíblia é um estatuto que forma uma instituição. Mais que isso, a Bíblia é a Palavra de Deus, pela qual o amor de Deus, a salvação e a vida são apresentadas àqueles que são filhos de Deus. Em resumo, a Bíblia é a Palavra, e a Palavra é Cristo. Logo, a Bíblia é um livro vivo, que traz a vida de Cristo para dentro dos nossos corações.

A Bíblia restaura a alma. Refrigera o coração cansado e sobrecarregado. Assim, a vida cristã é um processo constante de renovação e de restauração do coração. Todos os dias precisamos ser restaurados na alma, e ter o coração renovado em Jesus.  Como a Palavra restaura a alma? Quando atendemos o chamado de Jesus, ouvindo sua doce voz, e trazendo a Ele todas as nossas dores: Venha a mim todos os que estão cansados e sobrecarregados, e Eu lhes darei descanso (Mateus 11.28). Desta forma, precisamos exercitar-nos na prática da oração e do descanso, pois assim, encontraremos paz na Palavra de Deus, que nos alivia a alma sempre.

Há três ensinos primordiais dados por Moisés no penúltimo dia de vida, logo antes de ser chamado à glória. Os desafios diante de Moisés eram muitos. A nova liderança de Josué, a entrada do povo na Terra Prometida, a continuidade da unidade do povo e da promessa de Deus. Diante de toda essa conjuntura que mistura o desconhecido à atitude de fé, os limites da vida, com a eternidade de Deus, o Senhor orienta seus filhos. Vejamos.

1. Guarde a Palavra no coração. Esta é uma decisão que deve ser tomada por todo o filho de Deus. Guardar a Palavra está diretamente relacionado com o ato de obedecer a palavra, e de submeter a vida aos princípios contidos na Palavra. O Evangelho nos ensina que a Palavra de Deus concede vida, e nos preserva firmes em Cristo. Em verdade, em verdade vos digo: se alguém guardar a minha palavra, não verá a morte, eternamente (João 8.51). Um outro aspecto que devemos observar é que a Palavra não apenas deve ser guardarda em nossos corações, mas também ensinada aos nossos filhos. Portanto, a Palavra de Deus deve ter um lugar prioritário no coração e também na família, assim somos restaurados e melhor capacitados a enfrentar os embates da vida.

2. Saiba que a Palavra é a sua vida. Nossa vida depende da Palavra de Deus. O Senhor tem todo o poder sobre a vida, logo, nossa existência está guardada em suas mãos. Assim, a Bíblia não é apenas um conjunto de regras, antes é a vida de Deus para nós. Todas as coisas são sustentadas pela Palavra (Hb.1.3). Somos gerados pela palavra do seu poder (Tiago 1.18), e somos também regenerados pela Palavra de Deus (1 Pe. 1.23). Até mesmo nossa vida física é mantida pela Palavra de Deus. Não só de pão viverá o homem, mas de toda a Palavra que procede da boca de Deus (Mateus  4.4). Assim, a verdadeira alegria na vida está na Palavra de Deus.

3. Viva pelo princípio da Palavra. Toda a orientação necessária para o homem viver de maneira sábia e segura, de estabelecer relacionamentos saudáveis e duradouros, de educar filhos equilibrados e felizes, está na Palavra de Deus. O princípio da Palavra nos conduz a amar a Deus, e a amar ao próximo como a nós mesmos. Quando vivemos pelo princípio da Palavra somos menos reativos e mais pro-ativos com relação à vida e aos fatos. Assim, o princípio da Palavra gera em seus filhos discernimento, fé, ousadia, coragem e determinação em orientar a vida pelo que é bom, justo e correto. Confere prazer ao coração, que se alegra em obedecer alegremente a Palavra e submeter a vida ao amor de Jesus.

Minha esperança é que a Palavra de Deus seja o porto seguro da sua vida, o alicerce do seu coração e a âncora da sua alma, pois felizes são aqueles que vivem fielmente ao Senhor. Deus seja com você!

Wednesday, June 01, 2011

Devocional Provérbios 22: AS MARCAS VISÍVEIS

A Bíblia ensina que vários homens foram marcados por suas ações na vida. Atitudes, decisões, posturas e conceitos que trouxeram consequências e deixaram um rastro na história. Alguns exemplos saltam em minha mente, tais como o de Saul, que amou tanto o poder, o povo, a fama, a guerra, a coroa que usava, que se esqueceu de Deus. Acabou a vida de forma deplorável, triste e horrível. Outro exemplo negativo é o Sacerdote Eli. Começou bem a vida, influenciou a vida de Samuel, mostrou o caminho para Deus. Contudo foi omisso como pai. Tomou decisões equivocadas, feriu a Palavra, foi conivente com a exploração do povo. Assim como Saul, também terminou a vida em tristeza, angústia e dor.

Muitas pessoas vivem a consequência de suas próprias decisões equivocadas e prematuras. Há pessoas emocionais, que seguem os impulsos instintivos da alma pecaminosa, e rumam a vida em direção à dor e tragédias profundas. Compram por impulso, vendem por impulso, se envolvem com pessoas por impulso, terminam relacionamentos por impulso, julgam o próximo por impulso, frustram a vida por consequência do impulso. O grande drama é que este comportamento instintivo deixa marcas visíveis, limita a vida e entristece o coração.

Por outro lado, homens de Deus também tem marcas visíveis em sua vida. Homens como Paulo, que um dia foi Saulo, antes marcado pelo ódio, pela dor e  pela dureza de coração, agora marcado pelo encontro com Cristo. Transformado para a glória de Deus num homem seguro, firme na Palavra e amplamente usado por Deus. As marcas de Paulo não foram as do seu passado vergonhoso. Antes foram as marcas do sofrer de Cristo, que agora estava em sua carne. Através da vida de Paulo, muitos homens e mulheres, em muitos lugares e épocas diferentes, foram e tem sido alcançados e tocados pela verdade do evangelho.

Neste pequeno estudo de hoje, gostaria de separar em duas categorias, as marcas visíveis que encotramos em Provérbios 22: a) Marcas na vida do Tolo; b) Marcas na vida do Sábio. A pergunta que faço é esta: Quais são os sinais visíveis, capazes de identificar e consequentemente transformar a vida? Vejamos.



MARCA NA VIDA DO TOLO/ PERVERSO

a. Sofre as consequências de seus atos
22.3: A pessoa sensata vê o perigo e se esconde; mas a insensata vai em frente e acaba mal

b. No seu caminho há espinhos e armadilhas
22.5: No caminho dos maus existem armadilhas e dificuldades; quem dá valor à vida se afasta deles

c. É endividado e escravo do seu credor
22.7: Os ricos mandam nos pobres, e quem toma emprestado é escravo de quem empresta

d. Colhe maldade
22.8: Quem semeia a maldade colhe a desgraça e será castigado pelo seu próprio ódio
 
e. Promove contendas e brigas
22.10: Mande embora a pessoa orgulhosa, e acabarão os desentendimentos, as discussões e os xingamentos

f. Sua palavra é frustrada
22.12: O SENHOR Deus está alerta para defender a verdade e atrapalhar os planos dos mentirosos

g. Oprime o pobre e agrada o rico
22.16: Quem enriquece à custa dos pobres ou dando presentes aos ricos acabará ficando pobre


MARCAS NA VIDA DO SÁBIO
a. Tem boa reputação
22.1: O bom nome vale mais do que muita riqueza; ser estimado é melhor do que ter prata e ouro

b. Tem contentamento
22.2: Não existe diferença entre o rico e o pobre porque foi o SENHOR Deus quem fez os dois

c. Tem discernimento
22.3: A pessoa sensata vê o perigo e se esconde; mas a insensata vai em frente e acaba mal

d. É recompensado
22.4: Quem teme o SENHOR e é humilde consegue riqueza, prestígio e vida longa

e. Instrui os filhos corretamente
22.6: Eduque a criança no caminho em que deve andar, e até o fim da vida não se desviará dele
22.15: É natural que as crianças façam tolices, mas a correção as ensinará a se comportarem

f. É generoso com os necessitados
22.9: Quem é bondoso será abençoado porque reparte a sua comida com os pobres

g. É sincero
22.11: Quem ama a sinceridade e sabe falar bem terá a amizade do rei

h. Tem sua palavra amplificada
22.12: O SENHOR Deus está alerta para defender a verdade e atrapalhar os planos dos mentirosos

Tuesday, May 31, 2011

Devocional Provérbios 21: SABEDORIA, DISCERNIMENTO E PLANEJAMENTO

Não há sabedoria alguma, nem discernimento algum, nem plano algum que possa opor-se ao Senhor (Prov.21.30).

Uma das maiores lutas do ser humano, em todos os processos da vida, é para obter controle sobre as diferentes situações de instabilidade que o cercam. A medicina avança rapidamente, lutando para obter controle sobre as enfermidades, cada vez mais complexas e fora de controle. As cidades lutam na tentativa de  organizar o caos que nelas se instala a cada dia. Os profissionais se aperfeiçoam, lutando por seus MBAs, Pós-graduações, mestrados e doutorados, na tentativa de permanecerem atraentes ao mercado.   A era digital em que vivemos é um retrato desta utilização de meios externos e auxiliares para obter controle sobre aspectos internos e pessoais da vida.   A sensação de que tudo está no lugar, ou que tudo caminha como deveria caminhar, tende a acalmar o coração do homem, e lhe conferir uma falsa impressão de paz.

O problema é que, para obter o controle, o homem lança mão de elementos nem sempre amigáveis e saudáveis ao próximo. A  violência, a repressão, a censura, as chantagens, manipulações, sanções, entre tantos outros fatores funcionam como base para a imposição da vontade e do controle, tendo como resultado o ajuste das situações. É o famoso “manda quem pode, obedece quem tem juízo”.

A bíblia ensina que nem mesmo a sabedoria, o discernimento e o planejamento são suficientes para para conferir vitória ao ser humano. Uma vida plena, completa e feliz decorre, portanto, da graça de Deus, e é ampliada à medida que desenvolvemos hábitos saudáveis, que ajustam a vida de dentro para fora.

Portanto, quanto mais o meu interior é pacificado pelo Senhor, quanto mais assimilo a Palavra de Deus, quanto mais o meu estilo de vida se parece com Cristo e quanto mais sou transformado na alma, na mente e no coração, mais vitória de Deus obtenho na caminhada.

Veja quais são estes hábitos saudáveis que precisam ser colocados em prática para uma vida vitoriosa:

1. SEJA FLEXÍVEL
21.1: O coração do rei é como um rio controlado pelo Senhor, ele o dirige para onde quer

2. AVALIE AS SUAS MOTIVAÇÕES
21.2: Se você pensa que tudo o que faz é certo, lembre que o SENHOR julga as suas intenções

3. FAÇA O QUE É JUSTO
21.3: Faça o que é direito e justo, pois isso agrada mais a Deus do que lhe oferecer sacrifícios

4. PLANEJE SUA VIDA FINANCEIRA
21.5: Quem planeja com cuidado tem fartura, mas o apressado acaba passando necessidade

5. SEJA ABERTO PARA APRENDER
21.11: Quando o zombador é castigado, as pessoas sem experiência aprendem uma lição. Quando se ensina o sábio, o seu conhecimento é aumentado

6. SEJA CUIDADOSO PARA FALAR
21.23: Se você não quer se meter em dificuldades, tome cuidado com o que diz

7. TRABALHE MUITO E REPARTA OS RESULTADOS COM QUEM ESTÁ JUNTO COM VOCÊ
21.25-26: O preguiçoso morre de tanto desejar e nunca pôr as mãos no trabalho. O dia inteiro ele deseja mais e mais, enquanto o justo reparte sem cessar.

8. APRENDAR A OUVIR BEM!
21.28: A testemunha falsa será condenada à morte, mas a palavra da pessoa que costuma ouvir bem as coisas será aceita.


Lembre-se: Deus não deseja que eu tenha o controle sobre todas as coisas, mas que aprenda a descansar e confiar no fato de que ELE tem o controle em suas mãos, e que tudo repousa em sua graça e amor.

Tuesday, May 24, 2011

Devocional em Provérbios 20: PREGUIÇA, LEVIANDADE E AFINS

A pressa é inimiga da perfeição, diz o ditado popular. Richard Foster afirma que, numa sociedade moderna,  há três aspectos que o inimigo se aperfeiçoa: o barulho, a  pressa e as multidões. O barulho nos rouba a percepção, a pressa nos faz vulneráveis e as multidões tornam os processos impessoais e improdutivos. Assim, o ser humano vai se tornando escravo de hábitos pecaminosos, que reafirmam a distância de Deus e produzem consequências terríveis na vida.
 
Portanto, a correria das  agendas lotadas, das reuniões bem frequentadas, resultados positivos e rentáveis e dos números mirabolantes, podem camuflar vidas miseráveis, vazias e sem Deus. Podem esconder homens que parecem vitoriosos, mas são podres por dentro. Conservam em sua privacidade hábitos destrutivos, ruins, e um estilo de vida leviano, sem profunidade.

Preguiça é um pecado difícil de ser identificado, e mais difícil ainda de ser combatido, por conta da falsa percepção que o preguiçoso tem de si mesmo. Eugene Peterson afirma que muitas vezes os líderes se fazem parecer ocupados demais, indisponíveis demais, apenas para não revelar sua preguiça, e o desejo de não atender a necessidade das pessoas. É como o artista, que levanta os braços para uma multidão, e diz que ama todo mundo, mas que na verdade não ama a ninguém, além de si mesmo, dos aplausos, elogios e retornos que este tipo de atitude promove.

Assim como a preguiça, outros hábitos ruins são interiorizados na existência humana, gerando um estilo de vida,ou seja, uma maneira de dialogar com as pessoas, com os fatos, com os problemas, e principalmente com o planejamento e resultados da vida. Quais são os apectos deste estilo de vida distante de Deus, descritos aqui no capítulo 20 de Provérbios,  que precisam ser combatidos e transformados por Cristo?
 

1. O HÁBITO DA BEBIDA
20.1: O vinho é zombador, e a bebida fermentada provoca brigas, não é sábio dexar-se dominar por eles.

2. O HÁBITO DA PREGUIÇA
20.4: O preguiçoso não ara a terra na estação própria, mas na época da colheita procura e não acha nada.

3.  O HÁBITO DA MENTIRA
20.10: Pesos adulterados e medidas falsificadas são coisas que o Senhor detesta.
20.17: Saborosa é a comida que se obtém com mentiras, mas depois dá areia na boca.

4. O HÁBITO DA OMISSÃO
20.13: Não ame o sono, senão você acabará ficando pobre; fique desperto, e terá alimento de sobra.

5. O HÁBITO DE “LEVAR VANTAGEM”  E ENGANAR O OUTRO.
20.14: “Não vale isso! Não vale isso!”, diz o comprador; mas quando se vai, gaba-se do bom negócio.

6. O HÁBITO DA FOFOCA
20.19: Quem vive contando casos não guarda segredo; por isso evite quem fala demais.

7. O HÁBITO DA GANÂNCIA
20.21: A herança que se obtém com ganância no princípio, no  final não será abençoada.

Quanto mais parecidos com Jesus, mais transformados somos em nosso estilo de vida. Assim, a graça do Senhor me transforma em uma nova pessoa, fazendo com que os hábitos do velho homem sejam mudados pelo amor e pela beleza da nova vida concedida por Jesus. Transformação plena apenas em Cristo.


Friday, April 22, 2011

CRISTO ESTÁ VIVO, TUDO SE FEZ NOVO!

A ressurreição de Cristo se dá em uma manhã que vai além da fé, afirma Philip Yancey. Todos podem ser sentimentais acerca da Natividade; qualquer um pode sentir-se como cristão no Natal. Mas a Páscoa é o evento principal; se você não crer na ressurreição, não é um crente (John Irving). Neste sentido, a ressurreição de Cristo é o evento central do cristianismo. Se não crermos na ressurreição, vã é a nossa fé, ensina enfaticamente o Apóstolo Paulo.

Os céticos quanto a ressurreição de Cristo tentaram categorizar os discípulos de Jesus de duas maneiras. Por um lado, os discípulos seriam caipiras, iletrados e inocentes. Por outro lado,  seriam conspiradores, que agiram de foram arquitetada para plantar essa história de ressureição no ambiente pós-morte de Jesus. Contudo, entre os “caipiras” havia um que distoava, Tomé, aquele que duvidou, entre outros que demoraram a compreender que Cristo havia ressuscitado. Os “conspiradoes” em contrapartida, eram na verdade, um grupo de discípulos atemorizados, trancados em uma sala, ou voltando a pescar para sobreviver, profundamente impactados e entristecidos pela morte de Jesus.  Deixaram o primeiro registro  da descoberta do túmulo vazio para algumas mulheres, que nem sequer poderiam contar como testemunhas em um tribunal. Histórias desencontradas, que foram evidenciando que Cristo havia vencido a morte.

Na verdade, Cristo é quem revela sua vitória aos discípulos. Pacientemente, Cristo vem ao encontro dos discípulos e amigos. À Maria Madalena diz, não chores! À Tomé, o convite. Toque em minhas feridas! Aos discípulos no caminho de Emaús oferece a companhia na caminhada. Aos que voltaram a pescar, Jesus os espera na praia, com pão e peixe. Abraço no reencontro e propósito na vida. Passo a passo, os olhos dos discípulos se abrem, e eles percebem que para sempre o Mestre estaria VIVO!

A Ressurreição de Jesus transformou profundamente os discípulos. De um grupo de homens medrosos, cheios de dúvidas, temores e insatisfações, foram transformados em ousados evangelistas. Líderes de uma igreja nascente, para o bem da humanidade. Seus lábios foram abertos, e suas vidas mudadas para sempre. Nunca mais foram os mesmos.

Assim, os benefícios da ressurreição de Cristo são muitos. A ressurreição cura o desconsolo e a falta de propósito na vida. A ressurreição de Jesus confere direção à vida. A ressurreição dá aos discípulos discernimento e sabedoria para enfrentar os embates da caminhada. O perdão verdadeiro provém da ressurreição, porque Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo inteiro.

Pelo fato de Cristo estar vivo posso esperar e crer. Olhar para o futuro com esperança e para o passado com gratidão. Crer que um dia todas as lágrimas serão enxugadas, e que toda a dor será curada. Que todos os sofrimentos serão sarados, e que toda a dor será transformada em alegria. Que os desencontros da vida, os amigos que se foram, a separação indesejada e as feridas que se formam  na jornada serão apenas cicratizes, que não doem mais, contudo nos fazem apenas lembrar de tudo o que Cristo fez por nós.

Por causa da ressurreição de Jesus tudo se faz novo. Um novo começo, de uma nova vida que não tem fim. Por causa da ressurreição, podemos olhar para a vida com mais beleza, mais sabedoria, mais leveza nos relacionamentos, mais simplicidade e amor a Deus e ao próximo.

Cristo está vivo! Tudo se fez novo! Aleluia!